ÉTICA DAS ORGANIZAÇÕES
- EdmarGualberto
- 6 de jun. de 2022
- 2 min de leitura
Creio ser este um tema que exige um pouco de coragem para se aventurar a escrever quando não se é um filósofo. São os filósofos que melhor detêm este conhecimento e nos auxiliam na sua compreensão e prática. Mas independentemente de sermos filósofos, a ética esta presente em todos os momentos em que nos relacionamos com outras pessoas, esperando atitudes e comportamentos éticos no nosso ambiente de trabalho.
Criei coragem e me desafiei para escrever sobre este tema porque, recentemente numa conversa com amigos de um grupo de profissionais de Recursos Humanos que se reúne há mais de 40 anos na cidade de Curitiba (PR), logo no finalzinho da reunião, um dos integrantes compartilhou o sentimento que ainda permanece vivo em seus pensamentos. Ele disse: “Quero contar uma coisa para vocês. Eu ainda não consegui esquecer o dia em que fui desligado da empresa. Depois de mais de 30 anos prestando serviços com toda a minha dedicação, indo além do que rezava o contrato de trabalho, fui “descartado como uma peça de xadrez para a caixa do nada” (Khalil Gibran). Já se passaram meses e eu ainda não superei este choque por não me ter sido apresentado um motivo plausível para tal decisão da empresa. Além disso, ter sido acompanhado por uma pessoa na "via sacra" do processo demissional em toda sua trajetória como se eu fosse um estranho que não soubesse onde se localizam os departamentos de RH. Confesso que não consigo mais falar o nome da instituição ou até mesmo ver sua logomarca. Chega a me dar mal-estar”.
Esta declaração soou como um grande desabafo desse nosso amigo, surpreendendo-me ainda mais quando outros colegas do grupo compartilharam, experiências semelhantes que tiveram no momento em que foram desligados das empresas que trabalhavam.
Os profissionais de RH, juntamente com a diretoria das organizações, são os defensores e precursores da visão, missão, valores, ética e moral.
Este tipo de tratamento não se espera que aconteça com nenhum empregado de uma empresa que se diz ética e praticante dos propósitos estabelecidos em seu código de conduta.
Então, onde repousa a ética nestas organizações?
O que posso dizer é que os empregados que foram desligados desta maneira, vão se recolocar no mercado de trabalho cedo ou tarde e “virarão a página”. E as empresas que os desligaram? Será que já pensaram no impacto que decisão como esta refletirá na cultura e no clima organizacional?
Creio que não.
Felizmente há muitas empresas éticas que tratam seus empregados com respeito e dignidade durante todos os anos de vigência do contrato de trabalho. Estas empresas desenvolvem um trabalho complexo e de longo prazo para implantar e preservar a sua cultura e seus propósitos, de tal forma que atendam as expectativas dos acionistas, empregados, cliente e fornecedores.
Todos sabemos que nossos contratos de trabalho um dia vão cessar por um motivo ou outro. Porém, todos (empresas e empregados) devem estar cientes e preparados para que este momento seja bom para ambas as partes e não um dia que merece ser esquecido.
Uma das maneiras de sermos éticos e tratarmos as outras pessoas como gostaríamos de sermos tratados.
Edmar Gualberto
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